Pinheiro que sobreviveu ao tsunami
vira escultura no Japão
Os sábios japoneses há tempos sabem apreciar árvores fortes. Isto está claro na tradição milenar do bonsai e na história do Japão.
Diz a lenda que Jigoro Kano estava observando as árvores do seu quintal durante uma tempestade. Notou que algumas árvores ofereciam resistência e se partiam, enquanto outras, mais flexíveis, se deixavam dobrar e voltavam ilesas à posição original. O mestre teve então o insight que originaria o Judô.
Hoje, dois anos se passaram desde o tsunami que devastou inteiras cidades do Japão. Um imponente pinheiro foi a única árvore sobrevivente em uma floresta de 70 mil árvores que foram completamente varridas do mapa em Rikuzentakata, Iwate. A árvore sobreviveu por 18 meses após o tsunami, mas infelizmente acabou por morrer devido aos altos níveis de sal marinho trazidos pela onda gigante.
Inconformados por não poder mais contemplar a árvore milagrosa, os japoneses criaram moldes gigantes para formar novamente o tronco e os galhos como eles estavam quando a árvore estava viva. O monumento está previsto para ser inaugurado esta semana.
A planta ganhou um enorme molde para copiar a forma da "árvore milagrosa".
Mais uma vez, os japoneses dão um ótimo exemplo para nós brasileiros. Sabendo apreciar e valorizar as árvores certas, uma nação tem grande vantagem na causa ambiental.
No Brasil ainda não conseguimos sequer preservar o Pau Brasil, árvore que deu nome a nossa nação, que depois de séculos de exploração, encontra-se ameaçada de extinção (em perigo, EN). É difícil acreditar que espécies exóticas e inadequadas como Jaqueiras e Leucenas tenham mais espaço que o Pau ferro, Mogno ou o Pau Brasil. No entanto, vale lembrar que qualquer árvore é melhor que o concreto para a saúde do nosso planeta.
Ao contrário do bom senso, temos cada vez menos árvores no Brasil. E olha que aqui não tem tsunami...
Postado em 12:03:2013 pelo biólogo Marco Pozzana
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